12 de jan. de 2009

Sábado encontrei um cliente na fila do supermercado e ele começou a reclamar da solidão. 

Eu nem sabia da solteirice dele, deve ter quase 50 anos  e não é nem um tipo de jogar no lixo. Quer dizer, não o típico "sfigato" (leso/tosco/tímido-com-a-roupa-amassada, se me entendem) que de vez em quando me pede uma brasileira como se encomendasse uma sunguinha. Daí ele falava que estava cansado de voltar prá casa e ficar sozinho, bla-bla-bla... esses papos de solitário. 

Não é que me interessava tanto pelo papo, até porque só podia terminar de duas maneiras: ou ele vai tentar pedir meu telefone ou querer que eu apresente uma amiga. Como eu não estou interessada em ter caso com ninguém, nem tenho amiga prá apresentar, tentei me distrair e acabei olhando o que ele tinha no carrinho e fiquei imaginando como deve ser ruim viver sozinho (DUAS maçãs, meia dúzia de ovos, vinho, batatinha...).

Não sei se ele chegou a esse ponto por escolha e agora que já está ficando velho, chato, broxa e doente achou que era o momento de ter alguém perto, no caso de um infarte, ou se é uma outra vítima do modo de viver daqui que muitas vezes por causa do excesso de trabalho, as poucas opções de lazer, a mentalidade fechada, o clima de merda e outros fatores, fazem com que as pessoas se aproximem pouco e 'cruzem' muito menos hohohohoho. 
De qualquer jeito, não sou eu que vou resolver o problema dele.

Quando nos despedimos, a estocada: "qualquer dia desses vamos combinar uma pizza e você traz uma amiga?" vendo a minha cara de espanto (já pensando num mènage-a-trois), ele acrescentou logo "mas teu marido vem também!". 
Ah... que pena... (tô brincando, amore).

Já sabendo que essa pizza não vai acontecer nunca, vou dizer prá ele entrar no orkut e ir nessas comunidades:





Vou acabar abrindo uma agência matrimonial e ganhar um monte de grana! 
Mas nunca imaginei que pudesse existir um sito para arrumar casamento para mulheres amputadas... Com galeria.