15 de abr. de 2009

Quando as coisas não funcionam,
tem sempre alguém que consegue piorar


Outro dia falei que estava procurando uma costureira nova porque com a outra estava dando muita zebra. Por sorte eram zebras que foram resolvidas, mas antes que acontecesse alguma coisa mais grave, decidi mudar.
As "provas de seleção" foram um duro teste para a minha paciência devido a dificuldade de: primeiro, encontrar costureira, que é uma profissão extinção (como também sapateiro e gente que conserta eletrodomésticos) e, segundo, porque a maioria que se apresentou não era capaz mas dizia que sim. O "teste" consistia em colocar um fecho-eclair e fazer uma bainha em uma calça comprida velha, colocar um forro numa saia também velha e encurtar as mangas de uma camisa social. Teve quem fez torto, teve quem sujou a roupa de óleo de máquina e teve quem entregou com atraso (o problema da outra costureira). No final "empataram" duas mulheres e escolhi a que morava mais perto daqui, pois às vezes aparecem trabalhos de urgência e é difícil convencer uma pessoa que mora longe de vir pegar uma peça pela manhã e entregar à tarde.
Estava indo tudo bem até a semana passada, quando dei prá ela uma calça comprida com a bainha já marcada pela cliente em uma das pernas. E o que é que a criatura fez? Fez a bainha numa perna só, naquela que estava marcada. Ainda bem que vi que tinha uma perna maior do que a outra quando ela veio entregar e pensando que tinha sido uma distração, perguntei por que ela não fez a outra. No que ela respondeu: "Você me diz sempre os centímetros e como dessa vez estava marcada, PENSEI que fosse a calça de um aleijado".
Perguntar não, né? Fiquei achando que a mulher era meio burra mas deixei prá lá. Até que ela aprontou outra.
Entreguei dois vestidos que a cliente achava curtos e trouxe junto com um pedaço de fazenda para fazer um babadinho e encompridar. Expliquei como a cliente queria e ela disse: "mas que feia essa fazenda!" e eu respondi: "é, mas foi a mulher quem trouxe". Sábado, quando veio entregar, tinha colocado uma outra fazenda no lugar daquela que entreguei. Nem preciso dizer que subi nas tamancas e devolvi dizendo que teria que fazer exatamente o que a cliente pedia. E ela? Fazendo uma cara de filhote de panda com fome me diz: "eu te disse que aquela era muito feia e você não falou nada... aí eu PENSEI que seria melhor colocar essa mais bonitinha...". Que por sinal era também feia prá cacete e nem combinava com a cor dos vestidos.
Soltei um affff... e ela ainda ficou ofendida.




Aí por mais de seis dias que a rua onde moro ficou completamente às escuras, o que é uma coisa completamente insólita já que quando queima uma lampada a companhia responsável não demora nem 24 horas para trocar. Acreditando que fosse algum problema técnico, na terceira noite de escuridão total, depois que desci para abrir a porta da garagem prá minha filha à uma da manhã e morrendo de medo, decidi telefonar para saber o que estava acontecendo.
Um operador sonolento conseguiu anotar o endereço e disse que no dia seguinte mandaria alguém, mas não apareceu ninguém. Deixei passar outros dois dias e nada. Depois liguei de novo.
- Companhia Elétrica péréré-pão-duro, boa noite. Diga.
- Boa noite, estou ligando do bairro tal, rua tal, para saber porque minha rua está sem luz há uma semana.
- (interrompendo bruscamente) Diga, diga, diga, senhora.
- Estou ligando do bairro tal, rua tal, para saber porque minha rua está sem luz há uma semana.
- (muito seco e irritado)- Qual é a rua? Qual é a rua?
- Rua do sobe e desce, bairro....
- (interrompendo de novo, mais seco ainda) Sei, sei, sei onde é a rua, mas aqui não consta nenhuma irregularidade e ninguém até agora se queixou, já que a senhora diz que o poste está sem lampada a uma semana.
- O POSTE???? A rua inteira está sem luz até onde minha vista alcança.
- Senhora, não sei o que dizer mas parece impossível que uma rua inteira fique sem luz por uma semana e ninguém fale nada.
- Olhe, eu não quero que o senhor diga nada, anote aí o problema e peça para resolverem. Ou então venham aqui depois que escurecer e vejam a situação pois parece que o senhor pensa que estou mentindo. Já é a segunda vez que telefono.
- Tá bom, tá bom, tá bom (que coisa irritante ficar repetindo a mesma palavra três vezes!). Vou anotar os dados. Rua?
- (de novo!!!!)- Rua do sobe e desce, bairro tal.
- Número?
- Número tal.
- (irritadíssimo)- Não senhora, não o número de sua casa, é o nú--me--ro---do---pos--te (so-le-tran-do).
- O queeeeeeeee???? Como é que o senhor pode querer que eu saiba o número do poste? São quase duas da manhã! Tá de sacanageeeemm! Vou sair na rua de pijama com a lanterninha e subir no poste como uma macaca prá anotar o número, né? E depois não é só o poste na frente da minha casa: são ao menos uns doze postes que vejo da minha janela!
- Ah, então não posso fazer nada. Se a senhora não quer pegar o número do poste não posso chamar a esquadra de manutenção.
- Mi scusi, hein. Será que entendi bem? O morador de uma rua quando telefona para reclamar deve munir-se do número do poste? Já chamei outras vezes e ninguém quis saber isso. Chame o seu superior, por favor.
- Tú-tú-tú-tú-tú-tú-tú.........
Boquiaberta, decidi ir dormir e falar com outra pessoa na manhã seguinte. Mas............
Quando acordei, o telefone estava mudo! E assim ficou por três dias durante os quais continuávamos a ligar com o celular para a telefonica, sem receber nenhuma ajuda ou explicação.


Já que estou aqui, vou contar também que no dia que ficamos sem água fui perguntar para o engenheiro responsável da obra por que foi que não fomos avisados, já que a lavanderia fica na cara deles. A resposta?
- Esquecemos.
- Ahhhnnnnn....


Isso aqui tá ficando muito parecido com um lugar que conheço.





Veja o cão voando em outras posições, AQUI