Ufa, ontem terminei de traduzir a maçaroca do processo de separação do meu amigo. Olha, nunca mais vou aceitar esses empenhos do cacete. Ainda mais que fiz com grande má-vontade e eu odeio fazer qualquer coisa com o espírito de porco: dura o dobro de tempo e fico com raiva até das vírgulas. Por favor, não por causa do meu amigo que é um amor de pessoa, mas por causa do advogado, um ser asqueroso e sem escrúpulos que ainda por cima vou ter que encontrar para ir no Tribunal autenticar minha firma e vou ter que ficar aturando o seu papo gosmento e seu cheiro de suor mofado. Blergh.
Bom, agora vou ter tempo de responder meus e-mails atrasados e aparecer mais por aqui. Deixa só passar esse azedume.
Semana passada foi um esterco. O frio está passando mas tem pouco trabalho e ainda não sabemos se é porque o pessoal está esperando ter certeza que não vai voltar (o frio) ou se é a tal da cri..e que chegou mesmo (me recuso a dizer aquela palavra). Normalmente, os meses de janeiro e fevereiro são assim mesmo, de vacas magras prá quase todo mundo, mas agora é um ponto de interrogação - muita gente perdendo o trabalho, fábricas fechando, comércio entregue às moscas. Vamos esperar prá ver como vai ser.
No sábado tive uma discussão violenta com um cliente. Meu marido teve que me tirar quase à força da loja pois fiquei fora de mim e é muito difícil que aconteça, mas o infeliz pegou pesado e ainda teve o azar de me encontrar com as trompas viradas.
Se tem uma coisa que me deixa com o sangue na boca é gente sonsa que tenta dar uma de espertinho e me passar atestado de idiota. O cara havia deixado aqui na loja uma porra de um tapete há mais de oito meses. O troço me incomodava demais, se estava em pé caía, se estava deitado, me fazia tropeçar, sem falar que o trabalho não tinha sido feito por mim e eu já tinha desembolsado dinheiro para pagar e ele necas. Cansei de telefonar pedindo para ele vir pegar e a cada vez me dizia "amanhã venho..." até que encontrei com ele na padaria no sábado de manhã e falei para ele vir na loja comigo resolver a história do tapete (praticamente quase arrastei ele).
Quando chegamos aqui ele ficou enrolando, dizendo o vago "depois venho...", até que eu disse que se ele não aparecesse até o fim desta semana eu iria acionar o meu advogado. Daí sabe o que ele falou? Que não queria mais o tapete, que não deveria ter trazido para lavar, que já tinha comprado outro e... que EU poderia jogar fora aquele!!!! O que? Eu não sou lixeira, né cara! Se é para jogar fora, pegue, PAAAAAGUE e leve na lixeira da prefeitura (aqui, estranhamente, não se jogam tapetes no meio da rua hehehe). O sujeito ficou furioso ao escutar a palavra 'pagar' e ainda queria ter razão na sua lógica: "não quero mais, não vou levar; se não vou levar, não vou pagar" e ainda falou que eu poderia 'aproveitar' o tapete para mim.
E foi aí que o bicho pegou. Seguiu-se discussão onde só eu metralhava até que meu marido chegou e resolveu a questão: o cara foi embora sem o tapete, sem pagar e com a promessa que virá sábado.
Ah, ah, ah, meu marido tá torcendo demais para que o cara venha mesmo.
Até porque comecei a perturbar mal o cara bateu a porta, porque se ele não tivesse se intrometido o tapete já não estaria mais aqui e o dinheiro estaria no banco.
Pior do que essa, foi a história da cliente que mandou um mafioso vir pagar uma dívida depois de quase um ano que eu cobrava (sempre depois de ameaçar de denunciar).
O cara veio aqui, tirou um maço de dinheiro do bolso que daria prá comprar toda a roupa que tinha na lavanderia, pagou somente a metade da dívida e disse: "Só pago quanto eu quiser. E é melhor que a senhora não venha cobrar o resto, assim está muito bom. Avisada." (sotaque siciliano).
Fiquei verde.